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Escrito por: Luis Suárez (@luije77)
Traduzido por: María Mercedes Morales (@marymmc14)

Sul-América tem sido uma terra rebelde desde sua existência. Antes, durante e depois do fim das colónias e da constutição das Repúblicas, deste lado do mundo aconteceram processos "revolucionários" que criaram a idiossincrasia dos sul-americanos. Durante o século XX, aconteceram processos simultâneos que marcaram a agenda pública: o surgimento do futebol e as ditaduras ou governos populistas. Os aspectos positivos ou negativos desses ciclos não correspondem a este texto; por enquanto, a idéia não é julgar as fortes personalidades que governaram estas terras de cores, senão repassar a simbiose futebol- ideología que teve lugar em 4 nações:

Argentina

Juan Domingo Perón (1946-1952) (1952-1955) (1973- 1974)

Ídolo de massas. Um líder que motivou desde movimentos políticos, até religões. O general ascendeu ao poder em 1946, em plena época de guerrilha, quando o comum era oponer-se por insurreição ao governo de turno na América. Perón foi amante do esporte. O Boca Juniors e o Racing de Avellaneda disputaram- se veementemente o polémico fanatismo futebolístico do nascido em Lobos.

No entanto, Ramón Cereijo, seu antigo ministro de fazenda, manifestou que era fanático dos xeneizez, mas não podía dizê-lo porque significava machucar parte do povo. De fato, em 1953 Perón foi visto comemorando uma vitória do Boca comtra o River no Monumental de Núñez. Esta tendência ideológica teve os médios, como o semanal Mundo Deportivo, para apoiar as decições do governo; por exemplo, o estabelicimento de um top salarial de 1500 pesos para os futebolistas profissionais, fato que obligou a emigração de jogadores da talha de Néstor Raúl Rossi, Adolfo Pedernera e Alfredo Di Stéfano, em plena greve de 1948, com destino ao Millonarios da Colômbia.

Durante este ciclo político, "Evita" Perón, a companheira do governante , promoveu uma série de projectos sociais que basavam-se em ajudar aos jóvens de poucos recursos económicos para que perteneceram a uma institução esportiva e jogaram os jogos "Evita", inicialmente, no estádio Presidente Perón, do Racing de Avellaneda. Os jóvens tinham pagos os gastos generais, os uniformes, os sapatos e podiam entrar ao estádio da Primeira Divisão até certa idade.

Jorge Rafael Videla (1976-1981)

Um dos homens que mais infundiram medo durante o século XX em toda América Latina. Chegou ao máximo cargo da nação em 1976, liderando um coup d'etat. Em pleno governo de Videla, quando foram torturados e mortos os dissidentes do regime com o denominado "Processo de Reorganização Nacional", Argentina ganhava sua primeira Copa do Mundo em 1978, da mão de César Luis Menotti; por enquanto, a vitória serviu como uma cortina de fumaça à situação do país no aspecto social.

O esporte foi usado em diferentes ocasiões como dispositivo de propaganda para desmentir as acusações e reafirmar os projetos. A Copa do Mundo que a seleção "Albiceleste" ganhou sobre Holanda no Monumental do Núñez não foi a exceção. A organização do torneio esteve ao cargo dos militares, quem gastaram, aproximadamente, 700 milhões de dólares na logística do evento que protagonizaram Passarella, Fillol, Ardiles e Kempes. Menotti afirmou, tempo depois, ser "usado" pelo regime que deteve periodistas por fazer perguntas incómodas e que subornou alguns equipos.

Vários esportistas foram vítimas de sequestros executados pela polícia para ser llevados aos campos de concentração. Miguel Sánchez, Claudio Tamborrini e Daniel Schapira encontram-se  entre as vítimas das violações de direitos humanos. Adicionalmente, o Boca Juniors disputou 3 fináis consecutivas durante o governo de Videla e ganhou 2 (1977,1978).

Venezuela

Marcos Pérez Jiménez (1952-1958)

Um "tachirense" de poucas palavras, mas de ações que até hoje têm detratores e fanáticos por sua crueldade para reprimir à oposição e sua grande afição pela arquitetura moderna. Chegou ao governo dos Estados Unidos da Venezuela em 1952 -antes formou parte de um triunvirato cívico- militar-.

O país disfrutava de uma boa situação económica, o qual motivou grandes clubes internacionais. Durante seu governo foi construído o Estádio Olímpico da cidade Universitaria em Caracas. Durante o mandato desse coronel tachirense, foram realizadas diferentes competições internacionais como: a Copa Ministério da Defesa (La Salle, UCV, Deportes Quindió da Colombia e o Madureira do Brasil), a Copa Marcos Pérez Jiménez (Real Madrid, Barcelona, Roma, Corinthias, La salle, Botafogo e Millonarios) e a Copa República da Venezuela (Porto, Vasco da Gama, Nacional de Uruguay, Botafogo e Sevilla).

Atualmente a capital de Venezuela tem 5 times de Primera Divisão: 4 jogam no estádio da Cidade Universitária, construía por Carlos Raúl Villanueva no governo de Pérez, o qual viu desfilar Pelé, Di Stéfano, Eusebio e Yashin.

Chile

Agusto Pinochet (1973- 1989)

Provavelmente é o caso mais controvertido nesta lista. Quando a denominada direita derrocou ao socialista Salvador Allende o día 11 de septembro de 1973, o universo futebolístico chileno não savia que jamais estaría tão vinculado com a política como naquele momento. O Palacio da Moeda foi um centro de operações para controlar toda a atividade social em Chile durante 17 anos, inclusive o futebol.

O 21 de novembro de 1973 devia-se jugar a partida de volta da repesca para Alemanha 1974. A volta ficou 0-0 frente à União Soviética, com quem tinham roto relações. Os europeos nunca acudiram, alegaram rações de seguridade. Chile chegou à Copa do Mundo sem fazer muita coisa. Para aquela seleção jogaram Elías Figueroa, Osvaldo Castro e Leonardo Véliz, sendo dos melhores centráis sul-americanos da época.

Ao mesmo tempo de conseguer estas metas, no interior do estádio Nacional de Chile foram torturadas pessoas e até foram mortos os dissidentes do regime. Pinochet controlou tudo: os jogadores chilenos tinham limitações pelo contato com a imprensa, e se o presidente não quería um jogador na nómina, este era eliminado da lista (Carlos Caszely, 1978 e 1983).

Entre o ano 73 e o ano 89, 4 equipos chilenos chegaram à final da Copa Libertadores: Colo-colo, 1973; União Espanhola, 1975; e Cobreloa, 1981 e 1982. Todos perderam.

Brasil

Joao Baptista Figueredo (1979-1985)

A ditadura começou oficialmente no Brasil em 1964, 15 anos antes que Figueredo chegara ao poder, enquanto a população pedía uma apertura democrática para os partidos políticos e as  eleições populares.

A relação direta de Figueredo com o futebol está relacionada como uma lenda do futebol brasileiro: Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, capitão do Brasil nas Copa do Mundo do ano 82 e do ano 86. Uns dos opositores mais pertos desde regime foi este futebolista que marcou uma nova era no Corinthians, porque aliás de sua excelsa qualidade com o futebol, era um filósofo  e doutor de profissão. Irónicamente, Sócrates debutou na Canarinha no mesmo año no qual Figueredo chegou ao poder.

O movimento democrático brasileiro esteve motivado em grande parte pelo jogador do "Timao", quem militou no Partido dos Trabalhadores. "Liberdade com responsabilidade" era o lema da Democracia Corinthiana, um movimento esportivo no qual todos os membros do clube tinham voz, desde a seleção de jogadores, salários, despidos, horários e premiações, e que ajudou a que existiera um giro  para o país com a maior extensão de Sul-américa.


A pesar da confusa realidade do Brasil nos anos 80, o Flamengo e o Gremio ganharam a Copa Libertadores de 1981 e de 1983, respectivamente. 

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